A maioria dos artrópodes são pequenos, mas variam desde 0,1mm (Ácaro Demodex sp.) até 4m (Caranquejo Macrocheira sp.).
Características de Arthropoda
As características dos animais do Filo Arthropoda são:
- Triblásticos;
- Protostomados;
- Celomados;
- Simetria bilateral;
- Corpo segmentado (diagnose);
- Exoesqueleto quitinoso (diagnose);
- Realizam ecdise (diagnose);
- Apêndices segmentados articulados aos pares (diagnose).
Segmentação
Imagem: Wikipedia |
O primeiro segmento (extremidade anterior - pré-oral) chama-se ácron e o último segmento (extremidade posterior - pós-anal) chama-se télson. O crescimento dos segmentos sempre ocorre entre o penúltimo seguimento e o télson.
Tagmose
A tagmose é a organização dos segmentos semelhantes, que podem ser até 3 (maioria): cabeça, tórax e abdome. E cada grupo desses segmentos denomina-se tágma. Os artrópodes mais primitivos geralmente apresentam somente a cabeça e tórax, e existem outros que possuem cefalotórax (união da cabeça e tórax) e abdome.
Imagem: adaptado de Diário dos Animais |
Imagem: Cruzeiro do Sul Virtual |
Cefalização
Os olhos podem ser ausentes, simples (centralizado), compostos (o mais comum, sempre lateralizado ou totalmente lateral) ou podem apresentar ocelos, estes no segmento ácron. E também apresentam boca e apêndices cefálicos que variam de acordo com o grupo.
Exoesqueleto quitinoso
O corpo dos artrópodes é formado pela cutícula, também conhecido como exoesqueleto que, além de ser responsável pela estrutura corporal (resistência, flexibilidade e locomoção), também confere proteção.
O crescimento dos artrópodes ocorre através da ecdise ou muda, quando isso acontece, a cutícula sofre processos de endurecimento, que pode ser de uma ou até as duas formas:
- Esclerotização: endurecimento da cutícula por meio de reações químicas (todos os artrópodes);
- Mineralização: acontece em alguns animais após a esclerotização, o que torna o exoesqueleto mais rígido com a incorporação de sais de cálcio.
A cutícula de cada segmento é dividida em 4 regiões principais:1 térgito dorsal, 1 esternito ventral e 2 pleuritos laterais. No exoesqueleto dos artrópodes, existe uma região chamada de apódema, que são as invaginações do exoesqueleto, região onde tem ligação do músculo com a parte interna do apêndice, que também sofre ecdise.
Composição da cutícula
Alguns artrópodes apresentam colorações em seu corpo, a cor derivada e pigmentos são depositados na cutícula ou no tecido conjuntivo.
As cerdas presentes são projeções de quitina articuladas ao exoesqueleto e que possuem estruturas variadas, tanto morfologicamente quanto funcionalmente, sendo as principais funções, a proteção, captura de alimentos, aumento de superfície e defesa.
A cutícula é formada por duas camadas:
- Epicutícula: mais fina, externa, resistente e impermeável, e é formada por lipídeos, lipoproteínas, proteínas e também pode conter cera;
- Procutícula: mais grossa, interna, forte e responsável pelo espessamento do exoesqueleto, formada por quitinas e proteínas.
Ecdise
Imagem: Unesp |
O principal hormônio que controla a ecdise é a Ecdisona. A ecdise possui 4 etapas: intermuda, pré-muda, muda e pós-muda.
A intermuda é a fase de crescimento dos tecidos, aumenta o número de células mas o animal ainda não aumenta de tamanho por causa da cutícula que impede. O animal desempenha suas funções normalmente nesse período.
Na pré-muda, o artrópode sessa a alimentação e busca abrigo. A ecdisona age na pele e começa a transformação: secreção do líquido exúvial pela epiderme entre as duas cutículas, separando-as; degradação da cutícula antiga; e produção da nova exocutícula.
A fase da muda é o momento de eliminação da exúvia (exoesqueleto velho) que ocorre na linha de fratura (área mais frágil) que, como o próprio nome diz, é uma região que se rompe para que o animal saia de dentro da exúvia.
A pós-muda é a fase de terminar a produção da endocutícula e endurecimento do exoesqueleto.
O período em que o animal está entre duas ecdises, ou seja, não está em fase de crescimento, chama-se Instar.
Apêndices articulados
Os animais do Filo Arthropoda possuem apêndices articulados e sempre aos pares. Possuem músculos extensores e flexores para a movimentação e também musculatura estriada, que auxilia em movimentos rápidos.
Esses apêndices podem ter um único ramo (unirreme) como no casos dos insetos e aranhas, ou dois ramos (birreme) como os trilobitas e crustáceos.
Nutrição e digestão
O trato digestório de artrópodes é divido em 3 partes: Estomodeu (boca, faringe e estômago), Mesêntero (intestino e hepatopâncreas, este último é um órgão acessório) e Proctodeu (formação de fezes).
Transporte interno
Os artrópodes possuem sistema circulatório aberto, a hemolinfa é o fluído presente que circula pelo corpo e cai na hemocele, transportando nutrientes, hormônios, gases e resíduos. Também possuem coração, artérias e sangue. Se o artrópode realizar o transporte de O2, utiliza a hemocianina, uma proteína que contém cobre.
Excreção
Existem 2 tipos de órgãos excretores em artrópodes:
- Nefrídios saculiformes: presente principalmente em artrópodes aquáticos. O produto excretado é a amônia;
- Túbulos de Malpighi: presente principalmente em artrópodes terrestres. O produto excretado é o ácido úrico ou guanina.
Sistema nervoso
O sistema nervoso dos artrópodes é do tipo ganglionar, onde o sistema nervoso central é composto por cérebro, gânglios e cordões nervosos centrais.
O cérebro pode ser do tipo Bipartido ou Tripartido. O Bipartido tem em sua primeira parte o Protocérebro (informações visuais) e a última parte o Tritocérebro (comanda o trato digestório). O cérebro Tripartido possui em sua primeira parte o Protocérebro, a segunda parte o Deutocérebro (nervos motores e sensoriais das antenas) e a última parte o Tritocérebro.
O cérebro pode ser do tipo Bipartido ou Tripartido. O Bipartido tem em sua primeira parte o Protocérebro (informações visuais) e a última parte o Tritocérebro (comanda o trato digestório). O cérebro Tripartido possui em sua primeira parte o Protocérebro, a segunda parte o Deutocérebro (nervos motores e sensoriais das antenas) e a última parte o Tritocérebro.
Órgãos dos sentidos
A maior parte dos órgãos dos sentidos dos artrópodes são Sensilas, que é uma região da cutícula que tem função sensorial. Elas podem ser quimiorreceptoras, mecanorreceptoras, higrorreceptores (detecção de umidade) ou proprioceptores (receptores internos).
Além das sensilas, também podem ter o órgão timpânico (área que detecta e produz som) e o órgão campaniforme (função de endireitamento do corpo).
Trocas gasosas
Em artrópodes menores, a troca gasosa ocorre na superfície do corpo, sem área especializada para isso. Já nos artrópodes maiores, existem áreas especiais para essa troca: os aquáticos possuem brânquias (simples ou foliáceas) e os terrestres possuem pulmões foliáceos e traqueias.
Reprodução
A maioria da reprodução dos artrópodes é dióica (macho e fêmea em indivíduos diferentes). Em animais aquáticos a fertilização pode ser interna ou externa, e em terrestres a fertilização quase sempre ocorre internamente.
Na fertilização interna com transferências de espermatozoides, pode ser:
- direta: gonóporo do macho entra em contato com gonóporo da fêmea;
- indireta: sem contato entre os gonóporos.
Desenvolvimento
São dois tipos de desenvolvimento em artrópodes:
- direto: o ovo eclode com indivíduo semelhante ao adulto. Não passa por metamorfoses;
- indireto: ovo eclode com indivíduo ainda em estágio larval, que passará por transformações até a fase adulta.
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